Este blog tem o intuito de apresentar o bioma da Mata Atlântica, especificamente no Núcleo Picinguaba, para os idosos. Aqui mostraremos dicas de atividades, como trilhas de média dificuldade, observação da fauna e flora, e suas praias. Esse blog foi feito pelas alunas do curso de Ciências Biológicas da UNESP, campus de Botucatu: Carolina F., Cristiane, Dianne, Maysa e Tamara; para a disciplina de Biólogos no Ensino
Horário: por ser uma trilha destinada à idosos, o melhor período é o de menor incidência dos raios solares, portanto, de manhã - das 7 hrs até as 9:30 hrs
Desenvolvimento da atividade:
A
trilha de bote pelo mangue tem seu acesso pela Praia da Fazenda, que se localiza
numa via secundária da BR 101. Na Praia da fazenda, que fica entre o rio, o
manguezal e vegetação de restinga, é onde se encontra o núcleo administrativo do
Parque Estadual da Serra do Mar.
Fonte: Wikipédia
A
proposta de atividade compreende primeiramente numa conversa prévia sobre o
bioma e o clima da região abordando com maior detalhe o ecossistema costeiro
manguezal. Também abordaremos nessa conversa a fauna e a flora da região. Após
essa tomada de conhecimento, os idosos iniciarão a trilha na companhia
de um guia e um pequeno bloco de anotações. Observaremos todas as espécies de
animais e plantas para compararmos com as informações recebidas anteriormente a
trilha. Identificaremos o habitat e o comportamento dos animais, assim como a
inserção das plantas e sua interação com o ambiente. O guia, que tem
conhecimento da fauna e flora do local, ajudará na identificação dos animais e
plantas e terá o objetivo de despertar a ideia de Teia da vida e pensamento
holístico, mostrando as relações de interdependência entre animais, plantas e
as influências do clima e da vegetação. O participante da trilha (o idoso,
nesse caso), também será levado a pensar sobre como a presença do homem naquele
espaço, mesmo que a influência seja mínima, pode ser um agente provocador de
mudança.
O
guia poderá apresentar essas teorias, teia da vida e pensamento holístico,
utilizando as observações durante a trilha sobre as relações existentes entre
os seres vivos e o ambiente. Ao final da trilha, poderá ocorrer uma roda de
discussões para as interpretações, exposições das idéias e impressões sobra a
Trilha, comentando seus aspectos positivos e também negativos.
Fica localizada a 36km do centro de Ubatuba, e seu acesso é feito por via secundária que parte da BR 101. É uma praia de areia compacta e mar calmo, que está localizada entre o rio, o manguezal e a vegetação de restinga. É na Praia da Fazenda que se encontra o núcleo administrativo do Parque Estadual da Serra do Mar. No centro de visitantes há exposições, museu e saídas para várias trilhas com acompanhamento de monitores, entre elas: trilha do Picadão da Barra, trilha de bote pelo Mangue, trilha da Brava da Almada e a trilha do Jatobá. Por estar localizada em área de proteção ambiental, não existe nenhum tipo de comércio. Para passar o dia nesta praia é recomendável levar lanches, bebidas, repelente de insetos, etc. Também não há hospedagens por lá e o acampamento só é permitido no único camping da região. A sede do núcleo dispõe de estacionamento com duchas, a alguns metros da praia.No Sertão da Fazenda, também é possivel visitar a Casa da Farinha, cuja importância histórica deve-se ao Sr. Firmino Joaquim Ferreira Veiga que, em 1885, comprou as terras e construiu um engenho de cana e um moinho de fubá com refinado maquinário importado da Inglaterra criando uma colônia de 45 famílias italianas. Hoje, abriga os caiçaras que recebem os turistas aos quais vendem farinha caseira, antes confeccionada no engenho.
Essa trilha ocorre no manguezal que se forma pelo encontro do Rio Fazenda com o mar na praia da Fazenda. Entramos em um local aberto, com vegetação em sucessão secundária, pois naquele ambiente foi retirada areia para a construção da rodovia Rio-Santos, assim,o lugar apresenta briófitas características dessa sucessão, pois o desmatamento ali foi feito a partir de queimadas. Apresenta lugares alagados pela falta de absorção do solo, nos ambientes alagados há espécimes característica como a "caxeta" muito usada para fazer caixas que carregavam mantimentos para os trabalhadores da rodovia, encontra-se também espécies de vegetação arbustiva, pois o campo aberto favoreceu essa proliferação, alguns pássaros como por exemplo as harpias, maritacas, joão-de-barro, garças. Quando a mata começa a fechar, continuamos na transição da restinga para o mangue, portanto o solo permanece arenoso, porém com pequenas regiões alagadas em estado de putrefação, com cheiro característico do manguezal, ali podemos observar o "pau-laranja", utilizado na fabricação de rolhas, medicamentos e outros utensílios, uma grande variedade de fungos no solo e nas árvores, observamos também a presença de relações ecológicas de algas e fungos, os líquens vermelhos que são bioindiadores da pureza do ar. Na transição existem alguns répteis como o teiú. Dentro da mata fechada mostramos a corrente do rio Fazenda, e o acúmulo de areia no local de restinga, ao observarmos as margens do rio vazante podemos ver as raízes aéreas e pneumatóforas do mangue. Nesse momento começa a região alagada característica do manguezal, então desvia-se o caminho para pegar um bote, que tem capacidade de levar 8 pessoas mais o remador, nesse caminho podemos observar a diferença das três espécies de mangue, o vermelho, o branco e o preto. Na foz rio fazenda nos dirigimos a praia onde finalizamos a atividade na praia.
Maria-Mulata, caranguejo característico do manguezal
Durante a
outra parte da trilha, ao chegarmos à comunidade Quilombola, observamos a
estrutura política da população, como por exemplo a associação entre os
moradores e a escola de educação infantil. No caminho para a casa da Farinha,
nosso destino, mostramos as características históricas do local: uma pedra
segmentada por explosivos antigos, do período escravista entre outras. Também é
destaque no local, uma Bromélia, epífita característica da caatinga que sobreviveu
ao bioma da Mata Atlântica. Esse fato pode ser explicado pelas correntes das
Ilhas Malvinas, que há aproximadamente 11.000 anos recolhem a umidade da
região, dando à trilha de Picinguaba características do bioma caatinga, sendo a
bromélia prova concreta desse ciclo que vem ocorrendo na região de Ubatuba.
Chegando à
Casa da Farinha, que antigamente funcionava como um engenho de cana-de-açúcar,
podemos observar que o engenho era movido a água, dando a ele a denominação de
engenho real. Percebe-se também as telhas coxais utilizadas nas construções dos
senhores do engenho, chamadas assim por serem moldadas nas coxas dos escravos. Durante
a visitação à casa da Farinha, somos recebidos por um ancião que conta
histórias e curiosidades do engenho.
Seguimos
então ao Jatobá, uma árvore de grande porte que apresenta em sua casca um
buraco enorme, feito por intervenção humana, que quase levou à morte do espécime.
Após as considerações sobre a árvore, passamos à parte final da trilha, onde
podem ser observadas espécies de anfíbios, répteis e alguns pequenos primatas.
Essa trilha
ocorre na estrada que leva a praia Brava do Cambury. Ao entramos na estrada que
leva ao quilombo, explica-se a importância do parque estadual na vida desses
quilombolas, como isso atingiu o cotidiano deles nos anos passados. A trilha
começa e no decorrer dela, mostra-se espécimes características da mata
atlântica, amora silvestre, samambaiassú, embaúba, palmito jussara, palmito de
açaí, gelol, castanha, cipós, capim navalha, líquens vermelhos, entre outras,
podemos observar também alguns répteis, como cobras de cipó que atravessam a
estrada, há também harpias, maritacas, esquilos, gambás,
"onças"(suçuarana), saguis, muitos insetos, alguns com muitas cores,
outros camuflados, exúvias(muda de artrópode), opiliões, anfíbios, tiê-sangue,
entre muitas outras espécies. No final da estrada entramos na comunidade
quilombola, e observamos o modo de vida deles, tanto em relação a organização
social como organização política, sendo a população quilombola agora
reconhecida como povo. Durante o percurso vemos como se faz a farinha de
mandioca artesanal, onde podemos adquirir este produto além de outros produtos
artesanais feitos pela comunidade, observamos as casas de pau-a-pique, o centro
de internet que eles possuem, como acontece o transporte escolar, as eleições,
e outros cultos da comunidade. No final temos uma roda de conversa com o
"presidente do quilombo" que fala sobre todos os problemas deste com
o governo do país, pois o mesmo se localiza na divisa de dois parques - um
estadual e outro federal - o que inviabiliza uma grande demanda de atitudes da
comunidade em relação ao ambiente em que vivem, ele fala sobre a inauguração do
parque, sobre as influências, e sobre vários outros problemas que foram
consequência da existência da área preservada, como fome, êxodo, mortes, brigas
políticas entre outros. Depois da conversa finaliza-se esta atividade seguindo
até a praia de cambury, e depois pega-se um ônibus local que leva todos para a
rodovia novamente.
O Parque Estadual da Serra do Mar está localizado no município de Ubatuba. Sua administração é feita a partir de um Núcleo Operacional situado no distrito de Picinguaba. A vegetação característica desse ecossistema é de Mata Atlântica, simbolizada por vegetação de planície litorânea com altíssimos índices de biodiversidade, manguezais e até campos de altitude. A Mata Atlântica compreende a região costeira do Brasil. Seu clima é equatorial ao norte e quente temperado sempre úmida ao sul, tem temperaturas médias elevadas durante o ano todo e não apenas no verão. A alta pluviosidade nessa região deve-se à barreira que a serra constitui para os ventos que sopram do mar. Seu solo é pobre e a topografia é bastante acidentada. No interior da mata, devido a densidade da vegetação, a luz é reduzida. Na Mata Atlântica convivem lado a lado desde árvores grandiosas como o jequitibá, figueiras e guapuruvas e até líquens, musgos e minúsculas hepáticas. Existem muitas espécies de árvores com troncos duros e pesados e uma grande quantidade de cipós que se apoiam nas mesmas. Encontram-se no chão da mata uma grande quantidade de fungos, plantas saprófitas, sementes e plântulas. Destaca-se também a imensa quantidade de epífitas, plantas que crescem sobre outras, utilizando troncos e folhas como substrato de fixação, como é o caso de orquídeas e bromélias.
Na Inglaterra, por volta de 1740, um clérigo chamado Gilbert White, tinha como hobby observar a natureza e principalmente as aves, e trocar correspondências com especialistas em ciências naturais da época relatando suas observações. Mais tarde, em 1789, estes diários de observações foram publicados em uma obra intitulada “The Natural History and Antiquities of Selborne”, uma das primeiras obras a tratar sobre observação de pássaros (Watching birds). Hoje, a observaçao de pássaros é uma das atividades ligada ao ecoturismo que mais cresce no Brasil e consiste na visitação de ambientes naturais a procura de espécies que lá ocorrem realizando sua identificação através do canto e da sua aparência.Essa atividade, que exige paciência e atenção, tem como objetivo a correta identificação das aves ouvidas ou avistadas dentre outras centenas de espécies existentes no local
Além de desfrutar de uma beleza exuberante que engrandece nosso céu, quem pratica a observação de pássaros une atividade física com exercício intelectual que está ao alcance de todos. Boa parte dos 7% de Mata Atlântica restante encontram-se no Estado de São Paulo.Ubatuba, litoral Norte de São Paulo, é ocupada por mais de 90% do pouco que sobrou de Mata Atlântica, o que possibilita á essa região uma vasta riqueza ambiental. É em Ubatuba que por ser onde se encontram 30% das aves brasileiras e 5% de toda avifauna do planeta, tem a fama de ser uma das melhores do mundo para a realização de observação de pássaros. O município abriga uma diversidade de aves equivalente a cerca de 10% das especeis que podem ser encontradas na America latina, totalizando cerca de 380 especies observáveis , sendo que 42 são endêmicas ,ou seja , é possível , somente encontra-las aqui.
O Dia Municipal de observação de pássaros , comemorado juntamente com o dia mundial foi instituído, em 2004, e 4 de outubro. Nesse dia ,também é comemorado o dia da ave símbolo de ubatuba, Tangara dançador, que exibe uma bela cor azul claro em seu corpo e um topete vermelho vivo, comtemplando as cores presentes em nossa bandeira.
Mapa de Observação de Pássaros em Ubatuba
Legenda: 141 - na BR101, inicio da estrada para Fazenda Santa Cruz 142 - ponte à esquerda, entre e converse com as pessoas. Torre de Observação. 145 - Saia da BR101 aqui para Corcovado e Folha Seca
146 - bifurcação à esquerda para Corcovado e à direita (estr. terra) para a Folha Seca 147 - Estrada de terra para a trilha do Corcovado 148 - Trilha do Corcovado, início da trilha na floresta; Trilha pela montanha inicia-se pouco antes do ponto 148, à esquerda pouco antes de um riacho 149 - no comércio, bifurcação à esquerda segue para a Folha Seca 150 - Folha Seca: quarry ainda em uso, siga para 151 (Provável avistamento da Calyptura Cristata) 151 - Folha Seca: quarry sem uso (marca local Bamboowren; Não encontrado, siga 161) 152 - Seguindo pela mesma estrada de terra (em trilha): Slaty Bristlefront, Scaled Antbird 153 - melhor local para Slaty Bristlefront, floresta aberta a noite
154 - Anel viário de Ubatuba, na BR101 155 - na BR101, início da estrada para fazendas Capricórnio e Angelim 156 - escola perto da bifurcação: direita para Fazenda Capricórnio 157 - entrada (corrente) da Fazenda Capricórnio; Casa dos hummingbirdsé 70m a frente do lado direito (ande até lá e converse com as pessoas) (Iodopleura pipra com facilidade) 158 - a ultima casa da Fazenda Capricórnio, inicio da plantação de cacau 159 - inicio da estrada para a Fazenda Angelim 160 - portão da Fazenda Angelim; Ande e pergunte permissção para visitar 200m à frente (sem problemas)(Iodopleura pipra) 161 - bifurcação na trilha no ponto de avistamento da Fazenda Angelim: Visto Bamboowren
163 - na BR101, início da estrada para Fazenda Rancho Pica-Pau 164 - saída a esquerda. Entre e converse com as pessoas. Torre de observação.
Tangará-dançador (Chiroxiphia caudata) Família Pipridae Voam bem, mas usualmente não deixam a mata frondosa, alguns revelam-se verdadeiros acrobatas quando exibem-se nas cerimônias pré-nupciais; os movimentos tornam-se mais ligeiros nos machos, menores e mais leves na fêmea. Pegam formigas para friccioná-las nas asas e na base da cauda, utilizam as formigas na higiene da plumagem, esfregando os insetos vivos nas asas para gozar o efeito do ácido fórmico, atividade que é tratada como "formicar-se".Mede 13 cm, adicionando-se mais 2 cm ao prolongamento das retrizes medianas. O macho é um azul celeste e cauda pretas tendo, no alto da cabeça, uma coroa vermelha brilhante. Na cauda, as duas penas centrais projetam-se além das outras. A fêmea é verde escura, reconhecida por um ligeiro prolongamento da cauda. Os machos imaturos são totalmente verde-oliva, mas alguns jovens podem ser distinguidos das fêmeas devido ao vermelho na fronte, que adquirem antes da troca de plumagem do restante do corpo.
Alimentação Comem bagas, frutas, tiram pequenos pedaços. Apanham pequenos insetos, vermes e aranhas nas folhas.
Reprodução No período de reprodução, os dançadores machos executam verdadeiras danças diante das fêmeas. Vários enfileiram-se num galho e exibem-se, um de cada vez, diante da fêmea. Depois de executarem o ritual, cada macho vai ao fim da fila e espera a sua vez para exibir-se novamente. A fêmea tem o seu próprio território ao redor do ninho. Constroem uma cestinha rala que é fixada a uma forquilha, muitas vezes por negros micélios de fungos, que podem prender o ninho como uma cortina, quebrando o seu contorno e mimetizando-o; utilizam teias de aranhas, em boa qualidade para colar o material da construção a qual muitas vezes está situada a uma altura relativamente grande, perto d'água e até sobre ela. Põe dois ovos, são de fundo pardacendo com desenho pardo-escuro. A incubação é executada com dedicação pela mãe, é de 18 dias e os filhotes abandonam o ninho em 20 dias, quando começam a se alimentar e a se defender sozinhos.
Manifestações sonoras As suas manifestações sonoras cerimoniais é marcada com forte "drüwed". A musiquinha começa num "tiu-tiu", passa para um "trá-trá", com os tangarás voando, fazendo evoluções e pousando nos galhos um junto ao outro, depois que cada um termina a sua parte na dança, que costuma durar de quinze minutos a meia hora. Após a dança, ou antes dela, o macho às vezes persegue uma fêmea, emitindo uma série de "trrrrs". A espécie dsipõe de um assobio de advertência: "dwüd", dwüod".
Helmt Sick, 1988. "Ornitologia Brasileira". Marco Antonio de Andrade, 1997. "Aves Silvestres - Minas Gerais".